Juntos, clube e empresas reciclam uma tonelada de uniformes de funcionários e atletas para doar 2 mil cobertores a abrigos e pessoas em situação de vulnerabilidade social
O Palmeiras e a Puma entregaram 2 mil cobertores para instituições filantrópicas e pessoas em situação de vulnerabilidade social durante o inverno do mês de agosto. O material foi confeccionado pela Retalhar, que utilizou como matéria-prima uma tonelada de uniformes usados pelo clube.
Reciclagem
Todos os anos, os clubes de futebol realizam mudanças nos modelos de seus uniformes. Mudanças de patrocínio e saída de funcionários são alguns dos motivos pelos quais milhares de peças em bom estado sejam enviadas a aterros sanitários todos os anos. Porém, esse ano, como parte do programa de responsabilidade institucional Por um Futuro Mais Verde, o Palmeiras resolveu dar um melhor destino aos seus uniformes.
Tudo começou com uma parceria com a Retalhar, empresa B certificada que resolve problemas sociais e ambientais por meio da logística reversa de uniformes profissionais e resíduos têxteis. O processo consiste, basicamente, em retirar as partes metálicas e não recicláveis de cada peça. Em seguida, os uniformes entram em uma máquina para serem triturados até virarem um emaranhado de fibras.
Em uma outra fábrica, essas fibras passam por uma etapa de aglutinação e então são transformadas em cobertores. Nesse processo, uma tonelada de resíduos, incluindo uniformes usados e retalhos desperdiçados na fabricação foram reciclados e deixaram de ser enviados a aterros para dar forma a 2 mil cobertores que foram doados a instituições filantrópicas e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Impacto socioambiental
Os cobertores foram doados para abrigos, asilos e pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social nas ruas de São Paulo, enfrentando o inverno da cidade. O atacante palmeirense Luiz Adriano entregou alguns deles pessoalmente em nome do clube. E um dos beneficiados foi Fabiano, que é pai solteiro, camelô e mora em uma ocupação com seu filho pequeno.
O Frei Augusto, que é Coordenador da Ordem São João de Deus, instituição beneficiada pela ação, expressou seu agradecimento: “nesses tempos de Covid as dificuldades aumentam e os cobertores do Palmeiras chegaram em boa hora. Nossa gratidão nos faz sentir recompensados por esse ato de generosidade”.
A parceria entre o Palmeiras, a Puma e a empresa Retalhar é um exemplo de responsabilidade social que precisa ser seguido por outros clubes e empresas com grandes volumes de uniformes, já que, segundo o CEO da Retalhar, Jonas Lessa, “o Brasil não é um país que recicla nem os resíduos convencionais de coleta seletiva, quem dirá resíduos têxteis. Se você olhar os relatórios não se menciona o têxtil. Como se não fosse um resíduo que estivesse na casa de todos nós”.